sábado, 10 de janeiro de 2015

Monstro do lago ness

Je ne suis pas Charlie


Sejam bem vindos à moda do uso da treta dos cartazes a dizer "Je suis Charlie" para andar a lamentar a morte dos cartoonistas e para substituir o "R.I.P". Chamem-me Hitler II ou assassino à vontade, que só estão a perder a razão. Eu sou tão a favor da liberdade de expressão como qualquer outro que tivesse contestado este parágrafo.
Poucos são os países que têm liberdade de expressão (aquilo que esta frase que se tornou famosa rapidamente pretende mostrar) e tanto na França, como em Portugal ou na China existe sempre uma tendência por parte de uma pequena, mas significante parte da população que adopta a homofobia. Além do mais, se um jornalista fizer circular, nas redes sociais, uma imagem do primeiro-ministro ou de uma figura sagrada a levar no cu ou numa situação vergonhosa, é logo despedido e deprovido de poder exercer qualquer serviço: coisa que não aconteceu na França durante as publicações dos cartoons, como esta.
O nazismo terminou há muitas décadas, mas a perseguição a pessoas de diferentes religiões, raças ou ideologias ainda não findou por completo. Aliás, deu-se uma prova disso há poucos dias atrás. A obsessão pelos deuses faz das pessoas completas máquinas de destruição, que matam qualquer um que se oponha ou que até lhes faça uma sátira com cabeça, tronco e membros. É irónico que as religiões são, aparentemente, maneiras de fazer com que o mundo se una num laço de amor, porém, as guerras, e o terrorismo perpetuam pela influências das cabeças religiosamente algariadas.
Não sou contra a liberdade de expressão, ao contrário do que um tipo despassarado pode vir a pensar ao ler o título da postagem. E agora, sigam o meu raciocínio: se um país luta pela liberdade de expressão, é porque não a tem, certo? Sabendo que não há liberdade de expressão num local, tudo o que não agrada ao pessoal é censurado! E os cartoons, foram censurados? Não, não foram. Mas enervaram três maníacos que decidiram "vingar Alá". Na França, há liberdade para umas coisas, mas para outras não, assim como acontece em todos os países. Ainda há pouco tempo uma criança cigana foi impedida de ser enterrada em solo francês devido à sua etnia.
Se eu condeno os terroristas que andaram a matar pessoas inocentes? Sim condeno, isso e toda a prática de terrorismo e ainda bem que eles já estão mortos, bem o mereceram e fiquei muito triste pela morte de pessoas inocentes. O crime que cometeram foi pior do que qualquer caricatura anti-religiosa alguma vez criada pelos cartoonistas.
Resumindo e concluindo, isso tudo de andar com os cartões a dizer "Je suis Charlie" não vai mudar o mundo. As pessoas que são tapadas pelos cartões é que o podem mudar, sem necessitarem de andar à porrada umas com as outras por causa de Alá ou por uma ilustração de um jornal.

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