segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Monstro do lago ness

Fan fic: O percursor da morte, parte 2

Esta fan fic NÃO É baseada em factos nem em pensamentos reais, portanto, escusam de contatar as Villas Ramadas.


Dia 10, Sábado

Hoje comecei com os meus planos de luta pela independência: após uma primeira construção, pude finalmente derrubar as torres, sendo o obstáculo inicial... a minha querida mãe.
Sempre presente em casa, a tratar das tarefas domésticas e o melhor: na ausência do meu pai e da irmã. Incessantemente com a tradicional preocupação de mãe, fazia-me milhares de perguntas totalmente desnecessárias acerca de mim e dos meus afazeres, suspirando um leve "enfim" para cada resposta sonoramente grosseira que ouvia. Provocadora, facilmente irritável e completamente drogada, estas são as palavras que melhor caracterizam este monstrengo que vive na minha casa. A principal causadora de problemas entre a família, sendo estes ininterruptos no meu tempo de criança. Ocorreram, inclusive, momentos em que me apetecia matá-la ou mandar alguém fazê-lo. Mas hoje, não tive de pagar a ninguém para espalhar o sangue, mas houve realmente um pagamento realizado por alguém...com a sua própria vida.

Ora lembram-se da preocupação de mãe que referi? E será que conseguem imaginar uma preocupação vinda de um filho? Mas em arranjar um lugar para arrumar com o cadáver decepado de um familiar? Essa foi uma das minhas maiores preocupações, mas nada que eu não conseguisse resolver, pelo menos, atenuar...

O meu primeiro passo foi desligar o quadro elétrico, mas apenas para as funções restritas às telecomunicações, de modo a que o fixo ficasse inutilizável. A internet também fora desativada. Entretanto, ouço um barulho vindo do meu telemóvel, que trazia, cautelosamente, para me manter atualizado acerca das ações do meu pai e da minha irmã. O curto som que ouvira tinha sido o do Whatsapp, que só funciona se a internet estiver ligada. Porém, eu não estava a usar a de casa, mas sim a dos dados móveis que a operadora oferece a cada mês.
Era uma mensagem da minha irmã: dentro de uma hora, estaria em casa. Foi aí que eu entendi a necessidade de me despachar. Sem mais rodeios, dirigi-me à cozinha, onde estava a minha mãe, a preparar carne para o jantar. Com um facão Machete Kukri, um leve deslize pela carne podia dilacerá-la em dois bocados, instantaneamente. E aí, eu decidi tirar o pão do respetivo saco, com a fingida intenção de querer comer uma sandes. Através da desculpa "nenhuma destas facas em volta presta", foi-me dado o facão que tanto adorei manusear. Sentia-me como um verdadeiro assassino. Não demorou muito para que eu pudesse deixar de me sentir espiritualmente como um açougueiro e conseguisse sentir na pele a sua designação. E fazer um alheio senti-la igualmente...

Não pensei em deixá-la virar-se de costas para poder atacar. Estava totalmente indefesa e desarmada, o que poderia fazer para se defender de um homem com uma faca em sua direção? Foi aí que cravei a pequena superfície arredondada da faca na nuca da minha primeira vítima. Imediatamente, caiu no chão de costas, virada para mim, a balbuciar palavras que nem sequer entendia, devido ao sangue todo que gorgolejava na boca. Senti o fluído quente a escorrer pelas minha mãos e vi a minha mãe, quase morta, deitada no chão, a contorcer-se e a tentar elevar-se. Não mexia sequer os seus membros, apenas o tronco, assemelhando-se a um verme aflito após ter sido pisado. As suas últimas palavras não foram inteligíveis. Nem eu sequer prestei atenção à última vez que tivemos a possibilidade de falar mutuamente

A sua face aparentava um extremo padecimento, com a boca totalmente aberta, mas repleta de sangue, que continuava a escorrer aos montes e os olhos... os seus olhos estavam muito abertos e chorosos. Gemia e chorava, tanto que pôde limpar, parcialmente, a face coberta de sangue. Os seus olhos indicavam remorso, muita culpa, culpabilizando-se, possivelmente, pelo facto de não ter sido boa mãe... tal como ela sempre receava.
Não consegui conter as lágrimas e chiei, como uma ratazana no seu último suspiro. A minha cara devia parecer-se com uma cascata. Mas não podia dar-me por vencido e continuei a golpeá-la com o facão. A cada injúria que lhe provocava, vinham-me à cabeça memórias suas, dos bons e poucos momentos que passei junto com a minha mãe. E a cada injúria que lhe provocava, ela gemia ainda mais alto, como se quisesse pedir desculpa e que era bem possível que pudéssemos ter passado ainda mais bons momentos juntos, numa voz lacrimosa, da maneira que eu imaginava.

Não havia maneira de eu não poder chorar. Mãe é mãe.
O meu coração batia cada vez mais rápido e pensava eu para mim...:

Perdoa-me minha querida mãe, eu não queria fazer isto, eu não queria, não queria! Foste a única pessoa que se deu ao trabalho de me ajudar a sobreviver neste mundo recheado de pequenos insetos chamados humanos... mãe, minha querida mãe, tu foste o único humano pelo qual pude expressar o sentimento de afecto e amor. Perdoa-me, minha mãe.

E antes de terminar a minha tese depressiva, já estava ela morta. Branca como a neve, repleta de camadas vermelhas, como Marte... Marte, o planeta vermelho, simbolizador da guerra, do sangue, da violência... da morte...

Nem demorei sequer cinco minutos para completar a minha primeira missão. Ainda precisava de tratar da minha irmã, nos seguintes cinquenta minutos. Precisava de preparar algo para o jantar. A carne de vaca estava quase toda cortada, mas numa oportunidade destas, não pensei imediatamente nisso. Pensei em cortar e cozinhar a carne da minha mãe. Desde há uns tempos para cá que tive uma estranha vontade de provar carne humana. E apostei que a minha irmã não iria sentir um sabor diferente, caso eu a misturasse com a carne de vaca. O meu pai chega mais tarde a casa, dando-me um tempo para pensar no que fazer seguidamente.

Juntei os pedaços que cortei dos braços e dos seios com o cozido regular numa panela de pressão. Deixei a carne aquecer durante vinte minutos, tempo suficiente para transportar o cadáver para o porão, limpar o chão e mudar de roupa. Não estava receoso quanto a colocar as minhas vestes embebidas em sangue no sítio da roupa suja, dado que não estarão muitos por cá para me perguntar o que tinha acontecido. E assim decorreu, sem muitas preocupações, a transposição do peso-morto para o local onde ficará a abastecer os ratos esfomeados de cave e a limpeza da casa. A comida estava pronta. A minha irmã chegou a casa.

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