quinta-feira, 28 de maio de 2015

Monstro do lago ness

Falando de... brincadeira do Charlie Charlie

Brincadeira do Charlie Charlie
Socorro, o vento soprou!!!!!!!


Antes que me perguntem alguma coisa, digo-vos já que nunca joguei a este jogo e acho-o totalmente idiota.
Caso não saibas do que estou a falar (o que me surpreende), a brincadeira do Charlie Charlie será resumida nesta postagem. Como a vossa maioria deve conhecer este jogo, vou começar por subentender alguns termos e acontecimentos comuns ao longo do mesmo.

Esta dumbrincadeira necessita do seguinte material:
-Uma folha de papel A4;
-Uma caneta:
-Dois lápis (de preferência, aproximadamente com o mesmo tamanho);
-Uma tonelada de retardados mentais, entre os quais se encontram os jogadores, o público e os padres (normalmente, estes são os "pegadores" da escola, que tal como os próprios padres, só têm bolas para enfeitar), para benzer todas as pessoas presentes e rezar um "Ave Maria";
-Um mulato de olhos verdes, gordo e parvo. Há sempre um tipo com estas características em redor, a mandar bitaites e explicações sem senso, como por exemplo:
"o vento que move o papel surge por causa de uma reação química de uma folha de árvore que provoca um redemoinho de CO2."

Procedimento:
É necessário dividir, através de riscos desenhados pela caneta, uma folha A4, como se fosse um "+" e colocar, em cada um dos quadrados, "Yes", "No", "Yes" e "No" (o esquema já está montado numa figura que se encontra abaixo desta descrição) e dois lápis, um em cima do outro, postos sobre os riscos que separam as palavras umas das outras, formando igualmente um sinal de mais. Está feito. É engraçado saber que isto pode vir a ser considerado como uma brincadeira, realmente, apenas um retardado pensaria em tal coisa. Ainda mais retardado é aquele que pensa em jogar e mais ainda é aquele que acredita nos seus efeitos.
A sinopse deste jogo é a seguinte: é necessário que um dos jogadores diga "Charlie Charlie" com um sotaque à lá EUA, só mesmo para provocar o aparecimento da suposta entidade e também para a provocar (no sentido de irritação), visto que ela é referida como sendo de origem mexicana, o que causaria uma revolta extrema na criatura. Depois, é preciso que o jogador faça uma pergunta, em inglês, para a entidade, para ver se ela responde. É óbvio que as perguntas precisam de ser opcionais entre "sim" e "não", não vá alguém questionar uma equação matemática. Agora é simples: se o lápis de cima não se moveu, é porque o processo terá de ser repetido até que alguém desista do jogo, ao dizer a seguinte frase: "fodasse p'ró gajo, vou ser ateu!", ou isto ou algo do género. Se o lápis se moveu, os jogadores precisam de gritar para caralho, para indicar o susto que apanharam, como se tivessem sido pontapeados nos penduricalhos e necessitam de fazer uma balbúrdia enorme, de modo a que o terror possa ser espalhado por todo o lado. O movimento do lápis também indica que as pessoas que jogaram estarão amaldiçoadas até ao resto das suas míseras existências.



Mas afinal, qual é o motivo desta novela toda?

Acontece que as crianças dos dias de hoje só descobriram uma maneira de comunicar com os espíritos no final da primeira metade do ano 2015, quando já existem métodos tradicionais com os mesmos fins usados há mais de um milénio (e.g.: jogo do copo/compasso). Sim, supostamente, este joguete de putos é uma maneira de contactar com um espírito, que pode ser realizada com material que encontrado à venda até numa esquina rasca e não com tabuleiros Oujia nem nada do género, até porque esses instrumentos nem sequer permitem o contacto com entidades falecidas, nem são usados há centenas de anos para essa finalidade... que ideia! É óbvio que objetos comuns usados desde o reinado dos Afonsos são os melhores para garantir o contacto com espíritos...
A sério humanidade? Como é que chegaste a este ponto?!

A melhor parte disto tudo é que quando os putos (na prisão escola que frequento, até mesmo adolescentes jogam a isto, portanto, a palavra "puto", que redefine uma mentalidade de 6 anos, resume toda esta tralha) vêm o lápis a mover-se, lembram-se logo da única hipótese possível: uma atividade paranormal, ooooh meu deus, chamem o exorcista! Até porque o nosso planeta é totalmente desprovido de atmosfera, logo, o Vento é algo totalmente impensável de poder existir, ou até mesmo de conseguir mover um tamanco tão pesado como um lápis de 7mm de largura. Assim como o sopro produzido pelo ser humano, através das cavidades orais e nasais, é algo totalmente inexistente, porque os seres viventes neste planeta são uma espécie de criatura como esta!
Um conselho a todos estes: cresçam. Não só em tamanho, mas em mentalidade também. Os racionais agradecem.

Agora sem ironia: é verdade que um grupo de pessoas pode agrupar-se e começar a jogar ao "CC", monta o cenário e prepara-se para o jogo. Enquanto que, num aglomerado de cinco pessoas, quatro estão sérias e atentas aos acontecimentos decorridos, uma delas pode ser daquelas que gosta muito de zoar, como tal, assopra de leve para o lápis, o que faz com que este se mova. Quando isto acontece, é normal que as quatro pessoas atentas ao decorrer da situação desatem aos berros que nem uma cabra a parir, enquanto que o quinto elemento, que assoprou para o lápis, começa também a gritar apenas para se juntar ao grupo e fingir que ficou ultra-assustado com o que viu. E cá fora, no momento do relato, esse quinto elemento pode dizer:

"Não, não, ninguém assoprou, eu juro, foi tudo obra do Satã Charlie!!!"

É claro que "jurar" não significa que algo não tenha realmente acontecido, assim como os verbos "ver", "estar", "falar", entre outros, que podem ser conjugados de maneira a que o interlocutor acredite no que lhe foi dito. É claro que ninguém vai acreditar em mim se eu disser que vi um dragão de sete cabeças a violar uma ruiva de cabelo louro na capital italiana da Austrália, mas talvez alguém confie em mim se eu disser que estive num gabinete do Conservatório Regional de [insira o nome de um distrito português aqui] e que conversei com o Anselmo Ralph lá. Obviamente, eu acho que isso dos Conservatórios dos tempos modernos é uma das coisas mais amaricadas que alguma vez surgiram no planeta azul, junto com o segundo elemento de destaque na frase, mas em sítios pequenos como em Castelo Branco, tudo o que é m3rda rapidamente se torna numa modinha, como uma pessoa andar com violões 2x maiores que o seu próprio corpo, atrás das costas e jogar ao "Charlie Charlie". Como podem reparar, esta idiotice tornou-se famosa numa questão de horas cá em CB.
Isto é exatamente o que ocorre após uma sessão de "CC".



Mas afinal, quem é esse tal de Charlie?

Charlie é referido como um demónio/espírito/fantasma/whatevar-assustador de origem mexicana, que nem sequer se chama "Charlie", mas sim de "Carlitos", visto que esse é um nome verdadeiramente espanhol (para quem não sabe (Santa Ignorância de quem desconhece), no México, o pessoal fala espanhol). Also, foi revelado que não existe nenhuma entidade do folclore mexicano chamada "Charlie", daí ter vindo a correção, possivelmente. E não existe mais nenhum outro local do mundo onde esteja catalogada a personagem "Carlitos" no folclore mexicano, a não ser nos sites que falam das origens desta brincadeira macabra (macabra, porque atormenta e atrofia o cérebro dos jovens).

Partindo do pressuposto que esse jogo permite o contacto com o tal Charlie, que está a observar-nos a partir do Céu/Inferno/Purgatório/atrás de ti, ele pode ser considerado como o espírito mais ocupado do momento, visto que há milhares de putos a invocá-lo. E visto que a sua invocação pode ser realizada através de instrumentos tão banais, ele está mesmo f0d1d0. Das duas uma: ou ele é rápido para cacete e tem tempo para responder a todas as apóstrofes ou tem cerca de um milhão de sósias que o ajudam nos seus serviços, no Centro de Comunicação da Fantasmalândia (isto está a dar-me inspiração para escrever um conto para crianças). Devido ao facto de ele estar tão ocupado, sempre que alguém lhe pergunta se pode "sair do jogo", a sua resposta é sempre "Sim", para poder, finalmente, ter algum tempo de descanso. Se calha em "Não", é porque foi zoeira por parte do vento ou por um jogador, que decidiu assoprar para o lápis. É normal que o Charlie não atenda a maioria das chamadas que lhe foram feitas recentemente, porque, devido à potência dos berros dos putos que vêm o lápis a mexer, ele já deve estar mais do que surdo e não ouve o pessoal a chamá-lo. Coitada desta alma literalmente penada, que nem pode descansar em paz. Mas ele não precisa de se preocupar, que, como todas as outras modinhas que surgem na internet (e.g.: Gangnam Style, Harlem Shake, Duckface, Selfie, #SWAG), o Charlie irá brevemente desaparecer e cair no esquecimento de todos. É um exemplo de um tema tão batido em tão pouco tempo e por tanta gente que rapidamente se torna "bué da chato", "tãããão fora de moda" e "do séquelo passado!".


Zoeira com o Charlie

Quando não tens mais nada para fazer, podes sempre chamar o Charlie (ou tentar fazê-lo) para lhe fazeres algumas perguntas-rasteira. Visto que tu és o elo dominante do jogo, podes perguntar-lhe o que quiseres, excedendo inclusive, os próprios limites da brincadeira. No caso de poderes ser possuído, traz um padre contigo, junto com água benta e o calhamaço de papel que conta histórias de fantasia e arcoerotismo, importante para os ditos "muito religiosos" e "bem-educados, de acordo com a graça e fé de Deus", sendo que eu nem entendo o que é que esta frase pretende declarar.

Perguntas para respostas opcionais de sim e não:

-Charlie, Charlie, estás a ouvir-me?
-Posso sair do jogo?
-Gostas de golfinhos?
-Gostas das pernas das mulheres gostosas?
-A vida vai boa aí em cima?
-Quanto é 2+2?
-Já terminaste com essa mania de "pôr a mão" em homens?
-Preferes carne ou peixe?
-Quem é a melhor: a Katy Perry ou a Megan Fox?
-Os teus pais souberam que eras panasca?
-Chegaste a bater uma com uma foto da tua mãe enquanto criança, tal como prometeste quando ainda eras vivo?
-Poderias usar, ao menos, um perfume?
-Já viste algum pássaro morto a voar?
-Continuas a ficar teso quando ouves e vês os videoclips dos Kazaky?
-A água da sanita continua a ser a tua preferência de termos de bebidas?
-Ficaste triste quando foste humilhado na escola ao seres enrabado por um esquilo?
-Foi por causa desse desgosto que te suicidaste?
-Os pinguins têm joelhos?


Perguntas para respostas exclusivamente afirmativas (podes alterar o jogo ao escreveres "sim" em todos os espaços. O espírito não poderá fazer nada contra e todas as suas respostas serão afirmativas):

-Olá?
-És panilas ou algo do género?
-Ficas com vontade de te masturbar com as fotografias do teu pai?
-Eu sou melhor, mais belo, mais inteligente e mais dotado do que tu?
-Mexes nos mamilos enquanto comes chocolate?
-Já fizeste o teste de HIV?
-E deu positivo?
-E o de gravidez, também?
-Já te sentiste atraído por outro homem?
-Porra, és mesmo badalhoco e desmazelado não és?
-Já alguma vez mediste o teu pau?
-E ficaste surpreso com o quão pequeno ele era?
-E a operação de mudança de sexo, correu bem?
-"Eu sou um grande corno, a minha mãe é uma vaca e o meu pai um veiado" <-- Concordas com esta sentença declarada por ti?
-É verdade que usaste o pseudónimo "Charlie" para esconderes o teu verdadeiro nome, Perereca Molinha?
-O livro "As Aventuras na Fantasmalândia" vai ser bem sucedido?


Perguntas para respostas exclusivamente negativas:

-És homem?
-Tens gaita?
-É verdade que és fã de genitais femininos?
-A tua mãe não é uma meretriz?
-Foi o teu pai quem não engravidou a tua mãe por engano?
-És mesmo inteligente, não és?
-Os mexicanos são mais épicos que os estadunidenses norte-americanos?
-A tua raça não é inferior à dos cães?
-Perdeste aquele hábito de fazer festinhas na cabeça dos teus colegas?
-Porque é que a vaca foi para o espaço?
-Já lambes vagynas?
-Estás bem aí no Inferno?
-Preferes ir para um lugar melhor?
-Não queres morrer em paz?
-Queres que as tuas invocações cedam?
-Queres ser deixado em paz até ao resto da tua vida já morta?
-Ok, que assim seja. É neste momento que todas as perguntas são repetidas de novo.

Bom, eu não pude passar sem fazer uma crítica a este neo-jogo-do-copo, que nem piada tem sequer. Ao menos, no jogo do copo, sempre há alguma adrenalina. No caso deste, a adrenalina é causada pelo vento. Saco.
Se quase toda a gente fica horrorizada com uma história para adormecer bois, então acho que nunca sobreviveriam a algo como isto:


Acho que estou possuído pelo demónio....

Update, 31-5-2015: Agora é que ninguém pode negar: Esta brincadeira foi uma estratégia de marketing para um filme de terror que está para vir. Vai ser desta que as ''50 Sombras de Grey'' irão perder o seu recorde de bués da milhões de bilhetes vendidos, devido à polémica e interesse que esta caganita de jogo despertou acerca do terror, na mente desta débil gente. Se alguma coisa moveu os lápis, não terá sido o fantasminha, mesmo.

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